Há um tempo
- Carolina Galdino Soares
- 7 de out.
- 2 min de leitura

Falar sobre tempo sempre parece meio clichê, né?
Mas eu tenho pensado muito sobre o tempo certo das coisas acontecerem.
Eu sempre fui o tipo de pessoa que gosta de controlar tudo — inclusive o tempo.
Sabe aquele discurso: “quem quer, dá um jeito”, “eu faço as coisas acontecerem”? Pois é.
Mas, de uns tempos pra cá, entendi que é preciso respeitar melhor o tempo.
Ele é maior do que nós.
Salomão, o rei mais sábio que já existiu, escreveu isso no fim da vida, depois de provar de tudo — riqueza, prazer, sabedoria, poder — e ainda assim sentir o vazio de viver longe de Deus.
Ele disse: “Há um tempo para cada coisa debaixo do céu.”
Salomão, já maduro e cansado de tentar controlar tudo, percebeu que há uma ordem maior guiando o tempo.
E não há dinheiro, poder ou inteligência que possa interferir nisso.
Ele decidiu se render.
Tentar controlar o tempo é como nadar contra a correnteza: cansa, desgasta e não leva a lugar nenhum.
A vida flui melhor quando a gente para de lutar contra o rio.
É sobre essa rendição que tenho pensado.
Eu decidi parar de tentar controlar quando as coisas vão dar uma virada de carreira, propósito ou dinheiro.
Decidi que não dá pra ter como prioridade um corpo sarado a vida toda.
Que não dá pra querer ser a mais sociável, a mais engajada, a mais atuante em tudo — nem na igreja, nem nas obras sociais.
E, nas coisas menores, tipo querer que a rotina siga o meu roteiro mesmo com criança em casa… também não dá. A vida bagunça, e às vezes essa bagunça é o jeito dela me lembrar que eu não mando em tudo.
A ideia é simples: entender o tempo atual, aceitá-lo e vivê-lo.
Sem pressa, sem disputa, sem querer o que ainda não é pra ser.
Não é sobre esperar o tempo certo chegar — é sobre permanecer quando ele ainda não chegou.





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