Vidas de mentira
- Carolina Galdino Soares
- 7 de jul. de 2024
- 2 min de leitura

Há um grande perigo escondido em viver para mostrar: é não conseguir mais ser verdadeiro.
Quem aqui não conhece alguém que você sabe que não é o que mostra? Que se endivida para parecer mais rico, que se finge de santo para parecer mais espiritual, que mente que lê para parecer mais inteligente? Todos nós, né?
O mundo das aparências exige que você esteja sempre melhor. O carro deve ser mais luxuoso, a viagem mais exclusiva, as roupas usadas apenas uma vez, a coleção de bolsas deve sempre aumentar e as marcas cada vez mais caras. Não há caminho de volta nesse mundo. Deixar-se seduzir pela vontade de ser o que você não é, é a maneira mais rápida de ser um derrotado.
Se você é assim, sei que admira as pessoas que têm dinheiro, que são boas e inteligentes. E isso não é um problema. O problema é tentar ser como elas mentindo; o caminho está errado. Por que não descobrir como elas se tornaram quem são e tentar chegar lá de uma forma mais digna? Não tem como ser respeitado fingindo. Preciso te contar: a maioria dos que convivem com você sabem que você não é o que mostra, e isso é feio, é constrangedor, na verdade.
Nesse contexto, o ser é medido pelo ter. E é aí que nos perdemos. Nunca seremos suficientes, porque nunca compraremos o suficiente. É uma receita programada para a frustração, porque o maior desejo de quem finge é ser amado e aceito, mas não é possível comprar amor e aceitação com dinheiro, imagine com mentira?
Ser de verdade é a verdadeira nobreza em si. Jóias caras, bolsas e carros não fazem de ninguém grandes pessoas.
E no fim, quem vive de aparências só engana a si mesmo. A verdadeira grandeza está em ser autêntico. Porque, quando tudo é falso, a única certeza é o vazio.
🤌🏻